sexta-feira, 29 de maio de 2009

Mercado saturado exige muito esforço adicional

Competência, “network” e bons estágios garantiram vaga de egressos da UCB no mercado de trabalho.
Quando são perguntados sobre a razão da escolha profissional feita, calouros de Comunicação Social costumam responder que optaram pelo curso por gostar de ler escrever, ter criatividade ou porque odiavam a área de exatas no ensino médio. Com esses ingredientes, não se forma um comunicador competitivo no fim do curso. É preciso bem mais.
Depois de desistir do curso de Administração e escolher Jornalismo por curiosidade, Felipe Cabral, 25 anos, descobriu, com informações de professores e outros colegas, que o mercado de trabalho na área estava saturado, e que apenas poucos – só os destaques – tinham um bom emprego garantido. Para dar idéia, segundo o último censo da educação superior feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2007, mais de 178.000 pessoas se matricularam em um curso de Comunicação Social no Brasil, e 26.800 se formaram naquele ano.
Estágios – Desde o segundo semestre, Felipe se preocupou com o seu futuro emprego. Via necessidade de praticar aquilo que aprendia em sala de aula. Sua primeira oportunidade de estágio foi por meio do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), na assessoria de imprensa da Anatel. Depois disso não parou mais. Concluiu o curso com cinco importantes estágios, como no Correio Braziliense e, já perto de se formar, na Liderança do PSDB. Depois de um mês nesse último, foi contratado para ser assessor parlamentar, cargo em que trabalha até hoje. Formadas em Publicidade e Propaganda na UCB, Luana Abrantes e Camila Mendes, ambas com 27 anos, também estão bem colocadas no mercado. Luana se formou em 2006, assim como Felipe. A maior dificuldade para um recém-formado, disse, é a adaptação ao novo ambiente. Bem diferente do clima tranqüilo de uma universidade. Trabalhando desde quando se formou como assistente de mídia na Master Publicidade, ela conta que teve uma grande dificuldade quando teve que criar seu currículo.
Matriz – “Quem é da criação, quando aparece uma vaga, faz um portfólio e tem algo para mostrar. E as outras áreas? Não poderia levar apenas os planos de mídias, os briefings. Infelizmente, isso é um tipo de dúvida que nenhuma faculdade vai ajudar”. De acordo com ela, empresas juniores como a Matriz, da qual participou pouco mais de um ano, ajudam a ter vivência em diferentes áreas da publicidade, e são um espaço de experimentação. Para Camila, produtora gráfica há oito anos da Artplan Mais Comunicação, e ex-aluna da UCB desde 2004, ter integrado a Matriz por um ano e oito meses serviu para errar e acertar, Mas, ela só conseguiu alcançar um conhecimento mais amplo quando já estava no mercado. “Entrar no mercado sem experiência é ter que dar a ‘cara a tapa’. Aprender a ser profissional é doloroso”, diz.
Seriedade – No último semestre de 2008 formaram-se 57 alunos em Comunicação Social na UCB, segundo a Secretaria Acadêmica. Entre eles estava Bianca Fragoso, que estagiou no Jornal SBT Brasil por um ano e meio. Aos 23 anos, ela já trabalha como produtora do SBT Brasília, 1° edição, pela manhã, e, à tarde, na área de Marketing na Caixa Econômica Federal. Ela diz: “Ninguém sai pronto de uma faculdade. Tem que se esforçar a cada dia. Uma coisa importante é ter fontes e levar o trabalho a sério. Isso faz a diferença”. O estágio acrescenta a prática da profissão e é necessário para estabelecer uma rede de relacionamento (network). Para conseguir um emprego, conclui Felipe, o comunicador deve ter “competência, network e sorte. Se o jovem profissional tiver passado por bons estágios, feito uma boa agenda de contatos, e se tiver sorte, tudo fica mais fácil”.
Foto 1: Felipe Cabral assessor parlamentar Foto 2: Bianca Fragoso, no SBT
Matéria publicada no Blog da Semana da Comunicação da Universidade Católica de Brasília.

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